Uma lenda das pistas, Mercedes-Benz AMG CLK-GTR 1997.
por Luis Fernando Soares de Almeida
No final da temporada de 1996 da ITCC (Internation Touring Car Championship) a categoria anúnciou o encerramento de suas atividades. Isso deixou a Mercedes-Benz e seu principal parceiro de competições a AMG sem uma plataforma para demonstrar as suas habilidades no automobilismo. Rapidamente um novo desafio foi encontrado no campeonato de Turismo da FIA (FIA GT Championship) que englobava duas categorias a GT1 e a GT2. Ainda tinha um bônus, os carros produzidos para competirem no FIA GT eram homologados para disputarem tambem a tradicional prova das 24 Horas de Le Mans. O chassis do carro foi construido do zero, um monocoque de fibra de carbono foi desenhado e criado pela companhia britânica Lola Composites. O carro recebeu um motor de 6 litros V12 que produzia pelo menos 600 bhp de potência. Os dois grandes rivais do Mercedes CLK-GTR seriam o Porsche 996 GT1 e o McLaren F1 GTR que tinham motores BMW. A temporada de 1997 começou com as 4 Horas de Hockenheim os dois carros da Mercedes não foram páreo para as McLarens de J.J. Letho e Steve Soper e tiveram que abandonar a corrida por problemas técnicos. Na segunda etapa o carro mostrou para o que veio e conquistou o seu primeiro lugar ao pódio terminando na 2° colocação. Na terceira etapa em Helsinki na Finlândia uma modesta 8° colocação. Após a terceira etapa o campeonato sofreria uma paralização para a disputa das 24 Horas de Le Mans. A Mercedes-Benz tomou a dificil decisão de desistir das 24 Horas de Le Mans e focar no desenvolvimento do carro. Essa decisão foi a correta e na 4° etapa da temporada do GT1 em Nürburgring veio a primeira dobradinha da Mercedes com o seu novo carro CLK-GTR. Bern Schneider e Klaus Ludwig no carro #11 em primeiro e Marcel Tiemann e o italiano Alessandro Nanini no carro #10 em segundo. Na etapa seguinte, nas 4 Horas de Spa na Bélgica a BMW Motorsports com a sua McLaren F1 GTR voltou a dominar, mas os CLK-GTR da Mercedes mostraram que a briga seria acirrada pelo título, Schneider e Würz novamente no pódio em 2° e Klaus Ludwig e Ralf Schumacher em 5°. As três etapas seguintes, A1-Ring na Áustria, Suzuka no Japão e Donington na Inglaterra seriam amplamente dominada pelos carros da Mercedes-Benz com 3 vitórias consecutivas e a liderança do campeonato. Klaus Ludwig e Bernd Mayländer venceram na Áustria, Nannini, Tiemman e Schneider em Suzuka e Schneider e Würz em Donington. Na 9° etapa em Mugello na Itália a BMW Motorsport se recuperou e conquistou a sua 4° vitória da temporada, sempre com J.J. Letho e Steve Soper. Mas nas duas últimas temporadas, Sebring e Laguna Seca mais duas vitórias da Mercedes-Benz, as duas com a dupla Bernd Schneider e Klaus Ludwig. O campeonato de pilotos foi conquistado pelo piloto da Mercedes-Benz o alemão Bernd Schneider com 72 pontos o vice-campeonato ficou com a dupla Steve Soper e J.J. Letho da BMW Motorsports. No campeonato de construtores o título ficou com a AMG Mercedes com 110 pontos e o vice-campeonato com a BMW Motorsports-Schnitzer com 85 pontos. Em 98 veio o bi-campeonato já sem a presença do McLaren F1 GTR o ano foi fácil para os CLK-GTRs que não encontraram adversário e venceram as 10 etapas do campeonato com cinco vitórias do brasileiro Ricardo Zonta dividindo o cockpit com Klaus Ludwig. Infelizmente foi o último ano para o CLK-GTR já que em 1999 nenhum carro se inscreveu na categoria GT1 para fazer frente a Mercedes-Benz, por esse motivo a FIA resolveu extinguir a categoria GT1 realizando o campeonato apenas com os carros da GT2.
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